segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Lista



As pessoas também passam.
E sabe de uma coisa? Quando elas se vão o mundo continua girando.
Não é espantoso? Mas é tão bom se dar conta.
Porque eu descobri que nem é o tempo que elas ficam em nossas vidas que vai determinar a sua importância. O que de fato determina o seu valor é a marca que elas deixam gravadas em nós. Tão clichê, né? ^^

Tammy, Gabriele, Clarisse, Alexandre, Zé, Pedro Lemos, Érika, Taty, Myulane, Gi, Rose, Iara, Nice, Leni, Paulinho, Elaine, Suene, Willy, Dora, Dinah, Paulinha, Carla, Jéssica, Michelle, Jojo, Enrico, Iverson, Rafa, Luciano, Nat, Any, Lili, Flávinho, os gêmeos Rafael e Renato, Sylvia, Carol, Bruna, Renata, Sônia, Marcia Fernandes, Justina, Lacirene, Luciana T., Valquiria, Junior, Bruno, Jorge, Claudio, Lidiane, Adriana, Arminda, Iriane, Elizeth, Marcia, Karol, Diego, Ariane, Yara, Thamires, Tati, Brayan, Dalva, Adne, Rey, Dani, Rogério, Otavio, Fernanda, Lygia, Reige, Marcos, Brunna, Emília, Joselita, seu Jorge, Fininho ... tantos que eu nem lembro o nome.

Cês tão na lembrança, viu? Alguns no coração. Alguns no sonho. Alguns na agenda do meu celular. Alguns em fotos, cartas. Alguns no arrependimento. Alguns só aquele momento. Alguns eu não vejo. Alguns se perderam. Alguns tão aí pro que der e vier. Alguns só um dia. Alguns só um beijo. Alguns só tesão e desejo. Alguns gargalhadas. Alguns pagaram micos juntos. Alguns companhia. Alguns fantasia. Alguns menos, alguns mais.
Mas todos, e cada um, me fizeram um pouco do que eu sou hoje.


#faça uma lista de grandes amigos, quem você mais via há dez anos atrás. Quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais...

Auto-Censura

Rio de Janeiro, 4 de março de 2009.


Aceite que nem todos são como você. Entenda que diferente não é ruim. Aprenda que você não é dona de uma verdade absoluta. Que as suas verdades são suas, e que muitas e muitas vezes elas não me cabem. Respeite quem eu sou verdadeiramente. Não finja ser politicamente correto, negando preconceitos que eu sei, e você sabe que tem. Apenas não insulte. Não ache que você me conhece mais do que eu mesma, isso é tão mentiroso.
Quando você puder compreender isso, deixar de apontar, deixar de criticar... Quando a humildade bater a sua porta....
Porque um dia eu vou realmente me cansar de ser o seu travesseirinho de pancadas...

#Não venha dividir comigo a sua auto-censura.

Zé Maria


Rio de Janeiro, 28 de março de 2009.



Eu tenho tido sonhos recorrentes com a morte. Fugir do assunto é tolice. Acho saudável encarar os fatos, colocar em pauta:

O pior da perda, a meu ver, é essa coisa que não se explica de tão de repente você estar só. "Como assim? Não faz nem tanto tempo ele (a) estava aqui, e agora...?" Acho que é o que mais dói, o que mais machuca.

Outra coisa que eu também não entendo é essa forma estúpida como as pessoas "desaparecem".
O mundo está soltando o seu grito de alerta, angústia e desespero...Por que não o ouvimos?

Como é possível para um indivíduo tirar a vida de uma outra pessoa da forma mais banal e não se dar conta do imenso estrago que aquilo vai causar?
Aquele ser em quem esbarramos na rua, aquele indivíduo que pisa no nosso pé (com ou sem esse propósito), aquele camarada pode não ter a menor importância nas nossas vidas. Ele pode ser inútil pra nós, indiferente, desnecessário. Mas para alguém ele não é o "Zé ninguém". Para alguém ele pode ser o pai, o filho, o irmão, o tio Zé... ele pode ser o professor Zé, o Zé sapateiro, o Zé empresário, o Zé mecânico... o Zé alguém. Existe alguém que o ama, que o espera, que precisa dele. Existe alguém para quem ele é um ser único, da maior importância.

Eu não espero mais a utopia de ver todos os homens amando uns aos outros como a si mesmo. Mas é tão importante que eles se respeitem. Que reconheçam o valor do outro, senão para si, para um alguém.

A tolerância se faz urgente!

E por que será que a simples cogitação da perda não nos desperta para essas urgências? Para sermos mais amáveis, mais ternos, mais gentis com aqueles que amamos e com todos de um modo geral. Por que esse despertar é tão momentâneo?
Vamos esperar mais um avião cair? Vamos esperar nossas crianças serem violentadas? Vamos ver no noticiário as mães chorando a perda de seus filhos, até que um dia seja a nossa mãe a aparecer no 'Show da Vida'?

Pois é isso mesmo. Fiquemos todos de braços cruzados, olhos cerrados... Em boca fechada não entra mosca.
Fiquemos inertes, aguardando o próximo sonho/pesadelo. Porque é só quando eles nos assombram, é quando o Zé Maria vem, que a gente se da conta do tempo perdido.

Eu sei que vou me arrepender das palavras que eu não disse, dos abraços que eu não dei, dos minutos a mais que eu me neguei a ficar.

As vezes me pego achando graça dessa minha fixação com a morte, desse meu teatro mental. As vezes acho que não devo me levar a sério. Tenho um jeito tão gaiato de me revelar, e quem nota?

Quando essa melancolia estranha passar, eu espero que as pessoas percebam os meus sinais.