domingo, 26 de setembro de 2010

Agora só falta você!

Primeiro, o primeiro grande amor.
A indiferença. A falta de coragem.
A alegria e a dor.
A partida. As lembranças.
A viuvez. O perdão.
Ninguém. A solidão.
Os outros. Ninguém.
A dor.
O desapego. Desassossego.
O prazer. A solidão.
O desejo. O Bem-querer.
A distração.
E agora...?
Só falta você!

CNES.

Rio, 22/09/2010.

I Survived



Eu não te esqueci. Não lhe arranquei do meu coração.
Eu não saberia como fazer isso, e nem quero.
Mas me orgulho tanto de mim agora.
Sinto-me leve, com o coração tranquilo, por finalmente termos acordado essa situação em definitivo.
Eu senti tudo o que havia pra sentir. Da forma mais intensa e forte que eu consegui.

Eu nunca falei a respeito, nunca me declarei de forma explicita, mas eu te amei. Te amei e sei que você soube disso. De alguma maneira, você soube.

Sabe quantas vezes eu gritei: "Eu te amo!"? Nem eu saberia contabilizar ao certo, mas foram muitas muitas vezes.
Disse com os olho, com os gestos, com os meus sacrifícios voluntários por ti.
Me dei sem que me pedisses, sem que merecesses, sem que sobrasse algo pra mim.
Fui tua inteira. Tua!

E quando você partiu e eu fiquei, sentia-me vazia. Sofri tanto, chorei tanto, rezei tanto por ti, por nós. Cada noite era pra mim um espinho que precisava ser arrancado do peito. Cada dia era uma lembrança que me vinha sem eu precisar buscar. A mesma, sempre. Como se fosse a unica disponível ali.
E assim passaram-se os anos.
Tivemos alguns raros reencontros.
Tudo se acendia outra vez.
[Dias depois...Meses depois...Anos depois...]

Algum dia talvez você questione a mim: - O que houve de nós?

Branda, te responderei: - Olha, eu te amei. Amo ainda. Mas sabe aquele fogo? Aquela chama? Aquela dor? Nada disso inflama mais dentro de mim.
Lembro de nós e sorrio. Agradeço o que senti, agradeço o que trocamos, agradeço o que eu te dei, o que você me deu.
Já não me magoa a sua recusa, a sua indiferença. Isso pode até não escorrer doce pela minha garganta, mas foi o remédio amargo que me curou da febre.
Sem sobressaltos agora!

Te amar me fez viva.
A possibilidade do amor por si só, deve ser comemorada, pois é algo incrível.

-Muito obrigada! eu direi.

Não te esqueci.
Passou.
E veja só:
Eu sobrevivi! (Quem poderia imaginar a nossa trajetória?)

CNES.

Rio, 22/09/2010.