Nesse feriado de Tiradentes (21 de abril) fui ao aniversário de 80 anos de um tio distante. Lá, encontrei uma boa porcentagem de parentes ainda mais distantes, alguns aos quais não via há tempos. Tios (as), primos (as), esposos (as) de seus respectivos.
Isso me fez refletir sobre: como a vida nos leva a esse distanciamento?
Um dia essas mesmas pessoas estiveram tão próximas, tão íntimas, tão ligadas, e agora só o que as une é um detalhe no nome, um vestígio no sangue, um cantinho na memória, um pedaço na história.
Esse é o ciclo da vida, não é?
Muito estranho!
Pensei se não seria mais fácil se família se resumisse em pai, mãe, irmãos, avós e um ou outro tio e primos mais chegados. Mas trata-se de um ciclo, a família cresce e o circulo vai se alargando. É assim! =/
Eu já não vejo o meu irmão cotidianamente desde que ele saiu de casa e casou. Curiosamente nos encontramos mais nos ensaios do Salgueiro (onde anualmente ele é compositor concorrente com o samba 18) do que em outra situação qualquer.
Tenho agora uma priminha nova, filha do meu primo, que só vejo em datas específicas como a Páscoa. E ela vai crescendo sem que eu perceba.
Esse ano uma de minhas tias resolveu mudar-se da casa da minha avó, e leva consigo dois dos meus primos com os quais cresci e brinquei na infância. Se já era difícil antes, sei que com a mudança tão repentina não nos veremos mais ainda.
Há que se esperar outra data simbólica, para trocarmos risos, idéias, lembranças outra vez.
Bem cantava Elis:
Nada Será Como Antes – Bituca / Ronaldo Bastos
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol